A cada dia que passa a tecnologia evolui de alguma forma, consequentemente mais ela adentra em nossas vidas e cotidiano. Com o crescimento exponencial ela passa a ser uma ferramenta essencial e não nos questionamos os impactos futuros que isso pode gerar, até onde isso pode afetar negativamente? O que podemos fazer para diminuir essa dependência? Como serão as gerações futuras? Em que isso afeta em nossas relações humanas? Existem muitas perguntas ainda não respondidas completamente, porém, temos previsões e estimativas sobre o assunto.
Essas são questões levantadas no texto "O mundo não é um desktop" de Mark Weiser, questionando o poder e relevância da tecnologia nos dias atuais. Ele apresenta o conceito de que a tecnologia é uma boa ferramenta, porém, deveria ser uma ferramenta invisível. Trazendo a tona o pensamento de que essa ferramenta precisa ser útil e não atrair as atenções.
"Os óculos são uma boa ferramenta - você olha para o mundo, não os óculos. O cego que bate na bengala sente a rua, não a bengala. Obviamente, as ferramentas não são invisíveis em si mesmas, mas como parte de um contexto de uso."
Como designer, quando criamos, pensamos na atratividade da solução ou na usabilidade e funcionalidade dela? Nossas soluções se encaixam em ferramentas invisíveis? Design também é estética, mas acima de tudo, funcionalidade. Ficamos tão presos no uso de ferramentas atrativas, isso não limita nossa visão como designers? Em produzir, criar, desenvolver, explorar coisas novas.
Quando levamos esse pensamento para o UI/UX Design, criamos interfaces bonitas ou funcionais? É um trabalho conjunto e seu objetivo sempre vai ser o mesmo, desenvolver uma boa experiência para o usuário enquanto interage com aquela plataforma/produto. Mas será que pensamos em todos os públicos? Algumas plataformas não pensam nos usuários com necessidades especiais e ignoram as práticas de acessibilidade. Será que trabalhamos pensando na boa experiência ou no lucro que isso vai nos gerar? Pode até ser os dois, mas muitas empresas pensam somente no lucro que isso gera, não como consequência da boa experiência, mas sim como a principal motivação.
Uma criança por exemplo, se ela tem contato constante com a tecnologia, o quanto isso afeta o desenvolvimento intelectual e criativo dela? As facilidades que a ferramenta propõe, é realmente necessário para as crianças? Penso que o ideal era evitar esse tipo de ferramenta, aplicar coisas tradicionais que não facilitem o pensamento. Brincadeiras e brinquedos que estimulem a criatividade, curiosidade e exploração, desta forma, a criança crescerá sabendo da existência das ferramentas.
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